Sinto saudades da história de amor que a gente nunca teve. 
Na verdade ela existiu, foi muito real na minha imaginação de garotinha apaixonada. 
Você, tão longe de mim, e ao mesmo tempo tão presente. 
Presente nos meus devaneios antes de dormir, nos sonhos, no meu pensamento. 
Mal sabe você, mas casamos diversas vezes. Na praia, no campo, 
em uma festa luxuosa ou em uma muito simples, somente eu e você. Piegas.

Ficava combinando meu nome com seu sobrenome. 

Sim, altamente brega isso - mas vamos confessar - todo mundo já fez isso algum dia. 
Enquanto eu e você ríamos sem jeito das nossas piadas, e fazíamos mil planos para quando
 a gente se encontrasse, eu já tinha vivido milhares de histórias de amor com você.
Muitos kilômetros nos separavam. Mas para a minha imaginação, isso não era barreira nenhuma. 
Amor aproxima, sabia não?
Ah, essa história de amor que eu inventei para nós foi boa, muito boa enquanto durou. 
Só que ás vezes precisamos da presença entende? Não somente de apoio, mas do ombro para chorar. 
Não somente do sorriso imaginado, mas do abraço longo e apertado, 
do cheiro da pele, do toque, do olho no olho.
Esse nosso não-amor que era mais amor que muitos que vivi, faz falta.
 Da saudades. Vez em quando ainda imagino você e eu, em um mundo
 que não existe distância, mapas ou barreiras. 
Mas só imagino, devaneio.
Pois ainda que eu tenha as estradas que me levem até você, ficar aqui é mais seguro. 
Obrigada por esse amor que nunca existiu, mas que construiu entre a
 gente um carinho que é muito real.


'preenche todo meu ser em igualdade.'








algumas conclusões são indivisíveis.