O texto de hoje, de Cristiane P. Cappa, nos fala sobre a importância de aprenderemos a lidar com as mudanças que acontecem em nossas vidas, de modo a sabermos identificar, por meio delas, as grandes oportunidades de crescimento e aprendizado.
Vale a pena ler e refletir.
“Compreender a impermanência é saber que tudo muda o tempo todo e que nada é permanente, nem mesmo nossas dores e as nossas feridas.
Geralmente ficamos muito tristes quando as coisas mudam, mas esquecemos de perceber o lado positivo dessas mudanças.

A água do rio hoje, não será a mesma água do rio de amanhã, e ainda assim, será o mesmo rio. Talvez nesse mesmo rio, tenha amanhã, uma água mais pura e cristalina. E é graças à impermanência que tudo é possível. Graças à impermanência, existe um fluxo de vida que pode fluir por vários caminhos.
O que seria de nós se nosso sofrimento fosse eterno e permanente?
Quando pudermos perceber o milagre da impermanência, será mais fácil nos libertar de tristezas e sofrimentos. Estamos em constante luta com a nossa mente cheia de desejos e apegos, os quais nos causam dor, sofrimento e frustração.
Não é tão fácil mudar nossos padrões mentais e nossos hábitos. Estamos sempre repetindo os mesmos padrões que muitas vezes são destrutivos e nos causam muitos conflitos interiores, nos mantendo reféns de nós mesmos. No entanto, é preciso perceber o que nos mantêm prisioneiros desses hábitos e padrões, quais atitudes são as causas de nossos sofrimentos. Quando compreendemos que ao mudar nossas atitudes e pensamentos também eliminamos nossas dores, podemos enfim, viver de uma maneira mais saudável e equilibrada.
Tudo está em constante mutação. A impermanência faz parte de nossa condição humana. Podemos observar quantas mudanças ocorrem tanto em nossa vida como na vida de nossos familiares e amigos. E é através dessas mudanças, que podemos nos libertar de nossos apegos e medos e desenvolver nossa aceitação.
Quando nos esquecemos da impermanência, não nutrimos nosso amor corretamente. Quando nos libertamos da prisão interna criada por nossos condicionamentos, preconceitos, apegos, aversões, culpas, limitações e hábitos, começamos a nos aceitar, a gostar de nós mesmos, e consequentemente, começamos a abrir nossos corações para aceitar os outros da maneira que são.
Considerando-se a impermanência de tudo, em um mundo em constantes alterações, o apego representa a ilusão para deter a marcha dos acontecimentos, impossibilitando o surgimento da realidade, muitas vezes, adiando um caminho mais feliz que “nos espera”.
Sabemos que muitas mudanças ocorrem inesperadamente em nossa vida, algumas boas, outras difíceis de enfrentar e de aceitar. Porém, são muitas dessas mudanças que nos trazem crescimento e maturidade.
Geralmente é através de muitos momentos difíceis que reconhecemos nossa força interior, nossa coragem. E quando reencontramos nossa coragem e confiança, superamos nossas dificuldades com muito mais facilidade.
Sugiro que olhe para sua vida nesse instante, e reflita:
Onde você nasceu? Ainda vive nesse local? Quem são as pessoas com quem você conviveu? Você ainda convive com elas? Em que casa você morou? Ainda vive na mesma casa? Quem são os amigos que fizeram parte da sua infância? São os mesmos amigos de hoje? E seus relacionamentos? Empregos? Projetos? Sonhos? Sempre foram os mesmos? Provavelmente as coisas estejam bem diferentes agora. E o quanto você melhorou com todas essas mudanças? O quanto você pôde aprender com elas? Se nada tivesse mudado você seria quem é hoje?
Quando compreendemos a impermanência, entendemos o valor de cada momento e tomamos consciência de que o momento presente é o mais importante de nossa vida. Só no aqui e agora é que podemos criar e realizar algo, só no presente é que podemos transformar nossas vidas, nossa história. Só o momento presente pode nos dar a verdadeira satisfação. Na maior parte do tempo estamos sempre esperando que no futuro algo melhor aconteça ou ficamos nos lembrando do passado, lamentando ou comparando com o nosso presente.
Precisamos aprender a viver o momento presente, pois se vivermos com foco no passado ou no futuro, estaremos sempre ansiosos, frustrados, insatisfeitos e infelizes. Não é sábio se preparar para a vida sem vivê-la plenamente.
Se nada é permanente e tudo está em constante mutação, é inútil carregarmos um passado que já mudou, que não existe mais, e também é em vão vivermos num futuro que não existe e que pode nunca existir do modo que imaginamos. Viver e estar no presente é a real oportunidade que temos de criar e recriar a nossa história.”

Que a vida é para ser vivida no Agora nós, no discurso, já compreendemos. O que nos falta é a capacidade de incorporar esse aprendizado no nosso dia a dia. Tarefa, confesso, não muito fácil.
Pensemos naquilo que nos impede de estarmos presentes no momento: apego ao passado? Insegurança? Comodidade?  De certa forma, não são “respostas erradas”. Porém, para mim, a raiz de tudo o que nos trava é o Medo…essa tal sombra que bloqueia nossas atitudes, afugenta as energias positivas e nos tolhe a criatividade e a alegria de viver.
Quantas vezes perdemos a oportunidade de sermos felizes pelo medo de ousar, pelo medo da mudança? Quantas oportunidades não deixamos passar, porque estamos em uma posição sem graça, porém cômoda? Ou porque não temos ideia do que nos espera lá na frente?
A única certeza que temos é que não há nenhum controle que possamos exercer… E se não andarmos até a curva da estrada, nunca saberemos o que nos espera depois dela…
Abandone o medo de parecer bobo, naquelas situações em que duvidas tolas te assolam e sua criança interior pede passagem.
Abandone o medo de realizar seus sonhos: você pode estar se boicotando simplesmente pelo fato de parecer assustador concretizar algo que você vem desenhando por toda uma vida. Abandone o medo de se envolver: pessoas que estão na sua vida agora não são as mesmas que te magoaram lá atrás.
Abandone o medo de partir, mudar, virar a página, se for esse o desejo do seu coração.
Com todos esses medos, monstros psicológicos que alimentamos ao longo de nossa existência, perdemos a oportunidade de ver o brilho da vida agora. Estamos preocupados demais com o que temos e não queremos perder ou, com o que não temos, mas temos receio de concretizar.
Arrisque, ouse, vá em frente! Faça dos erros, aprendizados e não se arrependa das atitudes tomadas em concordância com seu coração.
Lembre-se, tudo passa! Seja alegria, dor ou felicidade, por isso, viva plenamente.
Aqui, agora!

“O ato de amor, por menor que seja, é um trabalho de paz”.(Madre Tereza de Calcutá)
 Uma das ações que engrandecem, profundamente, as pessoas é a de ser gentil. De acordo com a lei da causalidade, ao agirmos com gentileza recebemos em troca o ato da gratidão.
A história a seguir, de autor desconhecido mostra, em detalhes, como se processa o reconhecimento a partir de ações pautadas na gentileza.
Vamos à leitura.
“Conta-se uma história que um empregado de um frigorífico da Noruega, certo dia, ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu, já que todos já haviam voltado para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.
 Ele estava há quase cinco horas preso, debilitado, com a temperatura insuportável.
De repente, a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.
Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia por que ele foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho…
 Ele explicou:
- Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair. Hoje pela manhã disse “Bom dia” quando chegou. Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter lhe acontecido algo. “Por isto, o procurei e o encontrei…”
Graças à vida.