É provável que a palavra “não” seja a que mais ouvimos ao longo de nossa existência. Ao se definir limites e proporcionar atos corretivos educativos à formação do ser, e talvez por ter seu uso quase sempre dissociado de fatores explicativos convincentes, vinculamos sua aplicação unicamente à compreensão de um ato proibitivo, destituído de qualquer senso de aprendizagem, mas unicamente punitivo.
Sem dúvida, por sua “força e poder de barrar” um ato contínuo não condizente, associado, na maioria das vezes, a sentidos de prazer, o ‘não’ trás, em si, sentimentos de frustração e baixa estima, estancando a capacidade de sorrir.
À luz da compreensão que a vida passo a passo vai proporcionando,  sua natureza e uso passa a ter um significado menos de impedimento e mais de direcionamento do comportamento para um novo aprendizado.
 A autora do texto de hoje, diz que à frente de um ‘não’ podemos vislumbrar sabedoria desde que entendamos que é preciso sorrir cada vez que o mundo nos dá uma negativa…
“Felicidade é acreditar que a vida se renova a cada instante,
Que nunca estaremos sozinhos,haverá sempre uma Luz a nos guiar.
Que as derrotas sofridas no hoje, serão as vitórias do amanhã.
É compreender que o progresso espiritual é gradativo, mas possível, basta que caminhemos dia a dia, enfrentando as dificuldades.
É buscar na prece o auxílio quando a angústia busca invadir nosso coração.
É vencer a dúvida, se aliando à confiança de que podemos enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresentar.
Que dentro de cada um de nós existem as ferramentas necessárias para que preparemos o terreno a nossa frente.
É não temer a tempestade, porque temos um manto de proteção a nos envolver.
É chorar sim, quando necessário, mas jamais ocultar o sorriso eternamente.
É compreender que a fraternidade nasce dos pequenos gestos.
É fazer no agora o que já somos capazes e continuar caminhando, para que no futuro, possamos mais ainda.
É compartilhar alegrias e tristezas.
Compreender que a dor que fere, também é aquela que educa o espírito.
Que provas fazem parte de nossa caminhada até o Pai.
É buscar constantemente pela evolução espiritual, porque cada um de nós tem potencial para isso, independente das fragilidades que ainda possua.
Que mesmo quando o medo nos envolver, podemos em instantes nos aliar a espiritualidade maior e vencê-lo.
É não parar no meio do caminho, pelo contrário, é prosseguir, mesmo a passos vacilantes, é perseverar, é caminhar mesmo entre espinhos, porque só assim se chega a um novo horizonte.
É buscar a Luz, sem se esquecer de também acender a própria luz interna.
É passar pelo sofrimento que vier com a certeza que somos amparados pela Providência Divina.
É sentir o Mestre caminhando ao nosso lado.
É assumir as próprias fraquezas sem se envergonhar, porque ainda estamos a caminho da perfeição, mas a ela chegaremos.
É acordar a cada manhã, compreendendo que a nossa frente há uma página em branco e que nela podemos reescrever a nossa história.
É ir adiante, mesmo que o sol não esteja brilhando.
É buscar dentro de nós a presença do Pai, porque Ele está em nós.
É amar a todos que encontrarmos, sem imposições ou barreiras.
É transformar o orgulho em fraternidade.
É combater a todo instante a cólera que ainda possuímos dentro de nós.
É deixar as mágoas que ainda temos em nosso íntimo para trás e perceber o quanto nos tornamos mais leves.
É perdoar, porque perdoando a vida se torna mais bela.
É enxergar em cada pessoa, um flor, independente dos espinhos que ela traga, afinal, se queremos amor, devemos antes aprender a amar, pois o amor só aparece no caminho daqueles que amam.
É ter certeza de que a Providência Divina não nos abandona e assim, seguir o nosso caminho, cultivando as sementes que nos foram entregues, pois só assim iremos colher os frutos.
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não…
É manter a fé sempre acesa, independente do que aconteça, porque com ela, nos fortalecemos e compreendemos que a estória nunca tem fim, continua cada vez que você responde sim.
E a vida se renova.
Sempre…”.
                              .-.Sônia Carvalho.
paz
 
Quando minha mente está calma
 
“Quando a minha mente está calma, eu acesso uma confiança que é descanso e proteção.
Uma fé genuína na preciosidade da vida. Sinto que tudo em mim se reorganiza, silenciosamente, o tempo todo.
Que isso tem mais a ver com o meu olhar, com a natureza das sementes que rego, do que eu possa perceber.
Minha expectativa, tantas vezes ansiosa, de que as coisas sejam diferentes, dá lugar à certeza tranquila de que, naquele momento, tudo está onde pode estar.
Em vez de sofrer pelas modificações que ainda não consigo, eu me sinto grata pelas mudanças que já realizei.
E relaxo.
Quando a minha mente está calma, eu acesso uma clareza que me permite sentir, com mais nitidez, que há uma sabedoria que abraça todas as coisas.
Que o tempo tem uma habilidade singular para reinventar nosso roteiro com a gente, toda vez que redefinimos o que, de verdade, nos importa.
Que há um contentamento perene no nosso coração. Um espaço de alimento amoroso.
 Uma fonte que buscamos raras vezes, acostumados a imaginar a felicidade somente fora de nós e a deslocá-la para distâncias onde não estamos.
Quando a minha mente está calma, os sentidos se expandem e me permitem refinar sensações e sentimentos.
Posso saborear mais detalhes do banquete que está sempre disponível, mesmo quando eu não o percebo.
Nesse lugar de calma e clareza, não há nada a desejar. Nada a esperar. Nada a buscar. Nenhum lugar onde ir.
Eu me sinto sentada sob a sombra de uma árvore generosa, numa tarde azul sem pressa, os pássaros bordando o céu com o seu balé harmonioso.
O meu coração é pleno, nenhuma fome.
Plenitude não é extensão nem permanência: é quando a vida cabe no instante presente, sem aperto, e a gente desfruta o conforto de não sentir falta de nada.”