Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço… Uma fita… Dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando… Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah, então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso…
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço…
                                                                                                             Mário Quintana

Tem toda razão o poeta em sua analogia. Amor e amizade são sentimentos altruístas.
Quem ama somente deseja o bem do ser amado. Por isso, não interfere em suas escolhas, em seus desejos.
Sugere, opina, mas deixa livre o outro para a tomada das próprias decisões.
Quem ama auxilia o amado a atingir seus objetivos. Nunca cobra o ofertado, nem exige nada em troca.
Quem ama não aprisiona o amado, não o algema ao seu lado. Ama e deixa o amado livre para estender suas asas.
Assim crescem os dois, pois há espaços para ambos conquistarem.
Na amizade, não se faz diferente o panorama. O verdadeiro amigo não deseja que o outro pense como ele próprio, pois reconhece que os pensamentos são criações originais de cada um.
Entende que o amigo é uma bênção que lhe cabe cultivar e o auxilia a realizar a sua felicidade sem cogitar da sua própria.
Sente-se feliz com o bem daquele a quem devota amizade. Entende que cada criatura humana é um ser inteligente em transformação e que, por vezes, poderão ocorrer mudanças na forma de pensar, de agir do outro.
Mudanças que nem sempre estarão na mesma direção das suas próprias escolhas.
O amigo enxerga defeitos no coração do outro, mas sabe amá-lo e entendê-lo mesmo assim.
E, se ventos diversos se apresentam, criando distâncias entre ambos, jamais buscará desacreditar ou desmoralizar aquele amigo.
Tudo isso, porque a ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Um laço que ata… Um laço que se desata..
Aqueles a quem oferecemos o coração, poderão se distanciar, buscar outros caminhos, atravessar outras fronteiras.
Eles têm o direito de assim proceder, se o desejarem. De nossa parte, lembremos-nos da leveza do laço e cuidemos para que não se transforme em nó, que prende e retém.
Ser feliz é…

Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. 
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. 
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos mas encontrar alegria no anonimato. 
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. 
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser. 
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. 
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem. 
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar “eu errei”.
É ter ousadia para dizer, “me perdoe”
É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”.
É ter capacidade de dizer “eu te amo”. 
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz. 
Que nas suas primaveras você seja amante da alegria. 
Que nos seus invernos você seja amigo da sabedoria. 
E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo. 
Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida. 
E descobrirá que… 
Ser feliz não é ter uma vida perfeita…
… Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência. 

“Em frente ou enfrente.” Em meio a centenas de informações que passavam pelos meus olhos, essa simples frase se destacou e, confesso, me rendeu uma boa reflexão.
Em um jogo de palavras, o já consagrado Caio F. Abreu, conseguiu expressar uma situação em que, corriqueiramente, nos encontramos. Quantas vezes, ao nos depararmos com o desconhecido, ficamos em um estado de inércia sem saber o que fazer?
Considero que, nessa situação, o principal problema não esteja – em um primeiro momento – em não saber para onde ir, mas sim, na enorme quantidade de energia que gastamos quando nos encontramos nesse dilema. Elencamos hipóteses, enumeramos dezenas de probabilidades (“e se eu for…”, “e se eu optar por…”, “e se eu falar desse jeito…”), buscamos opiniões e, no meio de todo esse processo, sofremos. E sofremos muito, até doer o estômago.
Agora me pergunto? Para que?
Tudo ficará muito mais suave quando percebermos que as respostas se fazem tangíveis quando nós conseguimos sentir aquilo que queremos… Sentir antes de optar pelo melhor caminho.
E, ao escolhermos nossas rotas, que sejamos capazes de escolher por inteiro, arriscar com vontade, sem olhar para trás. Estar ‘pela metade’ em uma situação apenas o fará estar ‘em situação nenhuma’. Você se torna incapaz de enxergar as surpresas e belezas que passam por seus olhos, pois de alguma maneira, não se desvinculou de algum fato passado, de uma escolha renunciada, de um relacionamento que não terminou.
Você, no fim das contas, tem duas opções. Aquelas duas expressões com as quais iniciei este texto. Ou você enfrenta a situação, age, diz o que queria ter dito, liga para desabafar, pede desculpas, assume que errou, busca explicações e acerta as contas ou, simplesmente, segue a vida, toca o barco, vira a página e todos esses clichês que nos dizem para nos mover adiante sem olhar para trás.
Chega de gastar energia no incerto, no quase, nas metades. Seja onde estiver, esteja inteiro. Seja com quem estiver, seja você.