Sinto-me inexplicavelmente perdida, a flutuar numa bolha de sabão transparente que voa pelo ar até lado nenhum… Estou tão saturada deste presente inalienável e preso a uma monotonia perturbadora, mas tão silenciosa… Uma multidão circunda-me todos os dias, falam para mim, eu respondo, sorriem-me e eu sorrio, mas não deixo de me sentir só… não deixo de sentir que um buraquinho profundo vai crescendo aos poucos, cada vez mais e mais, dentro de mim… este buraquinho magoa-me, magoa-me tanto… e não consigo enfrentá-lo e fazê-lo parar, porque ele próprio têm necessidade de se expandir, quando a ausência, a solidão e a dor, se unem e se sentam pertinho do meu coração… Queria expulsá-los de lá, mas não consigo… já não me sinto capaz para o fazer… A alegria, os sorrisos e a esperança, seguiram rumos diferentes, e não me acompanharam nesta caminhada… não sei se algum dia os voltarei a encontrar... não sei se algum dia voltarei a sonhar… não sei se algum dia voltarei a amar...
        .-.Camila Venturin.

peneiras
Certa vez, um homem chegou até Sócrates e disse: 
-Escuta, tenho que contar-te algo importante a respeito de teu amigo! 
-Espere um pouco, interrompeu o sábio… Fizeste passar aquilo que me queres contar pelas três peneiras? 
-Que três peneiras? 
-Então, escuta bem! A primeira é a peneira da VERDADE. 
Estás convicto de que tudo o que queres dizer-me é verdade? 
-Não exatamente, somente o ouvi dos outros. 
-Mas, então, certamente o fizeste passar pela segunda peneira? Trata-se da peneira da BONDADE
O homem ficou ruborizado e respondeu: 
-Devo confessar que não. 
-E pensaste na terceira peneira? Vendo se me seria útil o que queres falar-me a respeito do meu amigo? Seria esta a peneira da UTILIDADE
-Útil? Na verdade, não. 
-Vês? – disse-lhe o sábio – Se aquilo que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que guardes somente para si.

Sempre gostei dessa mensagem.É simples, mas nos diz muita coisa. Por isso resolvi postar ela aqui. Bom proveito dela. 
.-.Camila Venturin.

 “O ato de amor, por menor que seja, é um trabalho de paz”
Madre Tereza de Calcutá

Um ato que, certamente, engrandece as pessoas é o de ser gentil. Se pensarmos em termos de causa e efeito ou ação e reação ao se agir com gentileza recebe-se em troca o ato da gratidão.
.-.Camila Venturin.

Vamos  falar sobre relacionamento… Ou a falta dele…
Tenho observado que o medo de se envolver emocionalmente com alguém está gerando um viés na arte de se relacionar… As pessoas parecem não estar dispostas a vivenciar uma troca real… As relações ficam apenas na “espuma”… E o vazio cresce…
Creio que seja importante repensar o que é, de fato, se relacionar com alguém… 
“Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara:
“… eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também…”
No entanto, passado o efeito da manguaça com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da “geração tribalista” se dirigem aos consultórios terapêuticos ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim.
Mas por que reclamam depois?
Será que os “grupos tribalistas” se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda ação tem uma reação? Agir como “tribalista” tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo – beijar de língua,
namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Embora já saibam namorar, os “tribalistas” não namoram.
“Ficar” também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é “namorix”. A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada.
Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que
namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim, como só deseja a cereja do “bolo tribal”, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.
Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos.
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém.
É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento…É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade.É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também…É não ser livre para trocar e crescer…É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO…”
.-.Camila Venturin.

movimento
Todos nós cometemos erros em nossas escolhas… E isso faz parte do nosso processo de aprendizado…
Costumo dizer que erros são lições importantíssimas para o nosso crescimento. Mas persistir no erro, geralmente, causa dor e sofrimento.
Quantas e quantas vezes nos sentimos “infelizes” com a situação que estamos vivendo e, simplesmente, deixamos o barco correr? Esperamos que a situação se resolva por si só… E na maioria das vezes, isso não acontece!
Quando deixamos, simplesmente, “o barco correr”, temos a ilusão de que as coisas estão se “ajeitando”… Mas é, de fato, uma ilusão… Não estamos escutando o que o coração está gritando… talvez por medo… comodismo… insegurança… E nos acomodamos “na infelicidade”… Achamos, até, que é normal…
Ai fico me perguntando: É “normal” manter um relacionamento sem sentir plenitude? É “normal” engolir “sapos” o tempo todo, somente para não magoar o outro?
Penso que não… Penso que o “normal” é ser feliz…
E ser feliz exige coragem! E como a própria etimologia da palavra diz, coragem é fazer as coisas com o coração; é enfrentar os reveses da vida com firmeza e determinação…
É claro que existe situações onde não sabemos bem qual caminho seguir… Nessas horas, o conselheiro sábio é o próprio coração… E lembre-se que o coração não julga, não condena, não culpa… E, principalmente, tem a capacidade de calar o ego…
Mas é muito importante “se mexer”, sair da “zona de conforto”!
É preciso promover ações!
É preciso enxergar o problema com outros “óculos”!
É preciso ter compromisso com a vida!
É preciso ouvir a voz do coração!
É preciso ser feliz!
Você merece!
.-.Camila Venturin.