Um sol diferente…
Neste dia eu te desejo um sol diferente…
Que apesar de todas as dificuldades,
Apesar de algumas tristezas que existem,
Que mesmo com essa montanha erguida,
O sol possa ser teu presente mais doce.
Desejo ao teu coração o querer que ele quer.
Que nas palavras que ele sussurra dentro do teu peito, sejam ouvidas aquelas que têm sabor de liberdade.
Que tu estejas atento para o sopro da tua vontade real, e jamais desistas dos teus passos em direção à verdade.
Desejo que tua percepção acorde mais plena
No calor de um sol novo e renovador.
Que ele te encoraje às atitudes
Que estão querendo respirar.
Aquelas que sempre são substituídas,
Aquelas que não se arrojam
Por ter os pesos de conceitos por demais antigos.
Desejo que tu aceites teu tempo, seja ele qual for.
Que sintas serenidade na espera necessária
Para que a semente plantada brote no tempo certo.
Desejo, então, que tua flor seja inteira,
E mesmo que inicialmente pequena e frágil,
Ela te traga as luzes de uma estrada azul.
Que tua sabedoria esteja desperta aguardando, com
tranquilidade, o desabrochar da tua flor,
Em paz, em cadência ritmada
Com o aprendizado que vem chegando,
Em mais suaves permissões para ti,
Em muito mais reconhecimento da tua coragem.
Desejo-te um sol diferente…
Espalhando teu sorriso pela densidade das nuvens,
Simplificando o aspecto complicado de alguns momentos e mostrando-te a fonte essencial para tua sede.
Desejo que a cada instante tu desnudes mais teu coração e deixes que nele vibre em tom maior:
O AMOR.
O amor na sua expressão mais simples.
Que não mede, não faz contas
E que tem o poder de te erguer
Acima de todas as montanhas escuras.

 Comecei a refletir sobre como as palavras pronunciadas (mesmo com boa intenção) podem ferir e magoar…
Ai lembrei-me de uma frase que minha mãe dizia: “ As palavras são de prata… O silêncio é ouro…”
E todos nós temos muito o que aprender sobre o ‘falar’  e o ‘calar’…
É preciso avaliar, sem pressa, se o que nós temos a dizer agrega (ou não)  valor na vida da pessoa…
É preciso entender a necessidade e os sentimentos do outro antes de verbalizar nossas impressões…
É preciso entender que as “verdades” são diferentes para cada um, e que cada pessoa carrega, dentro de si, suas potencialidades e limitações.

Fábio de Mello diz:
“Na palavra, a comunicação se realiza. 

No silêncio, ela se completa, pois a compreensão se concretiza a partir do silêncio. 
Há poder em ambos e a sabedoria é usar bem esses dois tempos da comunicação.

Dentro de uma composição as pausas são tão importantes quanto os sons. 

Uma boa orquestra é aquela que executa bem as dinâmicas das pausas e das continuidades. 
Mesmo no silêncio da pausa a canção continua.

Não diga as coisas com pressa. 

Mais vale um silêncio certo, que uma palavra errada. 
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade recomendava aos poetas:
“Convive com os teus poemas antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consuma com seu poder de palavra e seu poder de silêncio.”
A recomendação do poeta é sábia e pertinente. Um poema só é bem, só é bom, se maturado na sementeira do silêncio. Antes de se tornar palavra, a poesia é experiência de vida silenciosa. Os artistas sabem disso, e nós precisamos aprender.

Demora naquilo que você precisa dizer. 

Livre-se da pressa de querer dar ordens ao mundo. 
É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra dita, do que de um silêncio. 
Palavra errada na hora errada pode se transformar em ferida naquele que ouviu, também naquele que disse.

Há muitos momentos da vida em que o silêncio é a resposta mais sábia que nós podemos dar a alguém. Na pressa de falar, corremos o risco de dizer o que não queremos, e diante de tudo que foi dito, nem sempre temos a possibilidade de consertar o erro.
Palavras erradas costumam machucar para resto da vida, já o silêncio certo, esses possuem o dom de consertar. 

Por isso, prepara bem a palavra que será dita. 
Palavras apressadas não combinam com sabedoria. Os sábios sempre preferem o silêncio. E nos seus poucos dizeres está condensada uma fonte inesgotável de sabedoria.

Não caia na tentação do discurso banal, da explicação simplória. 

Queira a profundidade da fala que nos pede calma. Calma para dizer. Calma para ouvir.

Uma regra interessante para que tenhamos uma boa compreensão de um texto, é justamente a calma. 

Só assim podemos adentrar nos significados que o autor quis sugerir e conseqüentemente mergulhar no mistério do seu texto. Leituras apressadas podem fomentar equívocos, e equívoco é uma espécie de desentendimento entre o que escreve e aquele que lê. É uma forma de obstáculo para a compreensão da linguagem.

Na comunicação verbal cotidiana, isso sempre acontece. Dizemos e não somos compreendidos. 

Diante do impasse duas realidades são possíveis: ou alguém disse com pressa, ou alguém escutou sem atenção.

Dizer e ouvir requerem silêncio. 

Só diz bem, aquele que pensou antes no que iria dizer, e ouve melhor aquele que se calou para escutar. 
A regra é simples, mas exigente.

Por isso hoje, nesse tempo de palavras muitas, queiramos a beleza dos silêncios poucos.”


Era doce, a menina. Trazia certo mel nas palavras e era incrível o poder que tinha de me fazer sentir bem.
Mas era doce e triste.
Confesso que poucos podiam ver a sutil tristeza que existia em seu olhar. Apesar de ser  intensa no seu íntimo.
Seus olhos eram pintados de uma nostalgia utópica e, não sei porque, me lembravam sangue. Dentro deles havia um rio inteiro que corria devagar, para não assustar os passantes.
Eu quero te proteger, pequena. Quero ter braços longos o suficiente para te aquecer.
A noite segue lenta, sem se abalar com o que acontece aqui.
Olho as estrelas e não consigo deixar de pensar em ti.
Quis voar. Então, percebi meu corpo ficando mais e mais leve.
Vi meus pés saírem do chão. Era você que flutuava.
Você tinha asas tão bonitas como as das borboletas, minha menina. Voei com você.
E implorei:"Por favor, linda garota não se detenha nessa esquina tão insegura. O universo nos espera". Acalmei, enfim. Adormeci.